Por Victor Barbosa, membro da comunidade de inovação corporativa InovaDoers
Se você questiona a diferença entre as metodologias de KPIs e OKRs, como construir ou quando usá-las, utilize 3 minutos de leitura (aproximadamente), para entender esses importantes conceitos para a governança corporativa e de projetos em ambientes de inovação.
>> Veja também: OKR: Como construir e implementar
A metodologia de OKRs (Objectives and Key Results), ou Objetivos e Resultados Chave no Português, é eficaz para o alinhamento da estratégia e o foco no resultado. Esse conceito, criado por Andy Grove, define a criação de objetivos medidos por resultados para atingir propósitos ambiciosos e desafiadores. Para isso, de forma colaborativa, definimos objetivos e resultados chave.
Já os KPIs remetem a Key Performance Indicators, no português Indicadores-Chave de Desempenho, que também é uma metodologia para acompanhamento de desempenho.
Mas se ambas as metodologias servem para acompanhamento de resultado, qual delas devo usar?
Essa é uma dúvida recorrente durante a implementação dos OKRs. Muitas vezes, utilizamos a metodologia de KPIs para prestação de contas em Conselhos e em outros mecanismos de governança corporativa, implicando em uma possível resistência durante a implementação dos OKRs. No entanto, existe uma resposta para esse questionamento.
A metodologia de OKRs e KPIs não são concorrentes, mas sim complementares
Para explicar essa afirmação, primeiro é importante explicar dois conceitos: Outputs e Outcomes. Outputs, são os resultados de algo que realizamos. Já os Outcomes são sobre o valor gerado, ou seja, o que as pessoas vão fazer com isso. Mas nada como um exemplo para uma boa explicação.
Para isso, vamos supor que uma empresa está buscando renovar seu portfólio de produtos para aumentar a retenção de seus clientes e, para mensurar o sucesso, utiliza o quanto esses produtos estão gerando de receita.
Refletindo sobre isso, para o cliente não faz diferença direta se o produto está gerando mais ou menos receita para a companhia (que vendeu o produto), mas sim se é um serviço que gera valor para a sua operação. Por isso, na construção do novo portfólio, a empresa deveria estar preocupada em gerar produtos que resolvam dores do cliente, enquanto a receita seria a consequência do sucesso desses produtos.
E é aí que entram as metodologias de OKRs e KPIs. Quando a intenção é realizar algo novo, gerar valor, um outcome, utilizamos os OKRs, que é uma métrica movida para o futuro, visando cumprimento de missão, visão e estratégias. Como um Leading Indicator, um indicador que temos ação sobre ele e que trará resultados posteriormente. Para simplificar, como se fosse o farol de um carro.
E os KPIs?
Já os KPIs servem para mensurar a saúde da operação, uma métrica para controle. Como um Lagging Indicator, um indicador que mostra o resultado e um certo período, o Output de ações. Utilizando a mesma analogia, como se fosse o retrovisor de um carro.
Colocando isso no cenário do exemplo, seria necessário a empresa pensar no futuro, em seus objetivos e como alcançá-los. Não só, mas também verificar o resultado de suas ações, para calibrar se suas ações foram efetivas ou não.
Ainda pode existir uma dúvida: como a metodologia de OKRs se diferencia para ser uma métrica de futuro?
“A estratégia parte de uma decisão inicial e encara um certo número de cenários, que poderão ser modificados segundo as informações e os imprevistos.” Essa frase de Edgar Morin representa bem o cenário atual, onde existe muita incerteza, tornando complexa a execução de planejamentos estratégicos.
Na metodologia de OKRs, ao definir objetivos de forma colaborativa e apresentar de forma transparente, ocorre um cascateamento da estratégia, onde os colaboradores enxergam sua contribuição para a empresa. Definimos o COMO realizar em conjunto, trazendo a visão da operação para a estratégia. Assim, é construída uma estratégia mais robusta, mas acima disso, uma estrutura que em conjunto com uma comunicação efetiva, deixa claro as prioridades da empresa. Isso possibilita que exista a priorização conforme os diversos cenários e imprevistos.