Por Caiman Oliveira, Innovation Specialty Manager na ACE Cortex
Um ecossistema de inovação é um conjunto interconectado de elementos que interagem entre si para que a inovação aconteça e é composto por duas principais categorias: Estratégia de inovação (Teses e Portfólio de inovação) e Gerenciamento da inovação (Framework de inovação e Contabilidade para inovação).
Teses de inovação derivam de um território (Educação, Mobilidade, ESG, etc), ou seja, são hipóteses macro ou problemas que o negócio gostaria de resolver relacionado a esses territórios. Nesse sentido, das teses ainda são derivados os desafios que nos ajudam a especificar o caminho que se desejamos seguir, especialmente para a geração de ideias.
Os principais objetivos para esse framework são:
- Agilidade na decisão sobre iniciativas a explorar ou não explorar;
- Alinhamento de visão sobre os objetivos futuros;
- Maior responsividade organizacional aos movimentos de mercado;
- Clareza nos critérios de tomada de decisão;
- Critérios claros para priorizar e direcionar o orçamento;
- Definição de futuro orientada pela empresa, não pela concorrência.
Como construir as suas teses de inovação?
Precisamos alinhá-las com a estratégia corporativa macro e, por mais que possamos explorar outras possibilidades que estejam fora do core business, é essencial que a estratégia de longo prazo esteja alinhada com as teses para que ela possa sobreviver no ambiente corporativo e gerar o impacto esperado.
Desenvolvemos os argumentos a partir de informações coletadas de entrevistas e documentos/fontes já existentes, sendo atualizadas à medida que são validadas/descartadas ou conforme fatores externos. Portanto, devemos votar e avaliar os critérios para determinar quais serão as teses de inovação. Além disso, para determinar a prioridade de cada uma desses teses, devemos analisar alguns horizontes:
- Curto prazo, observando as zonas de performance e produtividade, as iniciativas de sustentação com foco no core business, entregar números e fazer tudo funcionar.
- Médio prazo, de 2 a 3 anos, novos negócios que são tendências e que precisamos priorizar de forma mais agressiva e acelerada.
- Longo prazo, de 3 a 5 anos, novos negócios que estarão na próxima onda de inovação radical, ou seja, não são urgentes.
Agora que já entendemos a relação entre os insumos coletados, a estratégia corporativa geral e os horizontes, é hora de definir e priorizar as teses de inovação. Portanto, é importante realizarmos isso em um fórum com diversidade de opiniões na companhia.
E qual o próximo passo?
O ideal é transformamos essas teses em desafios que possam ser organizados em iniciativas de trabalho COM ou COMO startups, sendo as possibilidades:
COMO STARTUPS
Venture Building – Construção de um novo negócio a partir de recursos internos, levando a uma possível spin-off independente do negócio principal.
Joint Venture – Construção de um novo negócio com um parceiro corporativo que tenha sinergia com o desafio a ser executado.
COM STARTUPS
PoC – Provas de conceito que podem gerar investimentos em startups ou M&A
Corporate Venture Capital – Investimento em startups via Corporate Venture Capital
M&A – Compra e incorporação de startups
Por fim, a definição das teses deve ser desenvolvida e vista como uma hipótese que iremos evoluir com o tempo. Os investimentos em várias ideias serão os experimentos que realizaremos para testar a tese e definir como elas vão influenciar a estratégia da companhia no médio/longo prazo.