Você já esteve envolvido em projetos nos quais as pessoas pareciam desorientadas? Onde a lógica se perdia e a comunicação simplesmente não fluía? Se você se reconheceu em tais cenários, acredito que este conteúdo sobre empatia assertiva possa ser de grande valia.
Hoje, muito se fala sobre o mundo VUCA e no mais recente pós-pandemia, o termo BANI ganhou força. O modelo Lean Startup de Eric Ries alcançou uma notoriedade significativa na área de Inovação. Muitos players do mercado têm adotado colocar o cliente no centro, entregas contínuas e abraçar ciclos curtos de feedback.
Porém, aqueles que trabalham em grandes organizações sabem que ainda nos deparamos com inúmeros projetos tradicionais, que seguem escopos rígidos e cronogramas excessivamente longos. O famoso “modelo cascata”, onde a próxima etapa só se inicia após a conclusão da anterior.
Rejeitamos a mudança, exceto quando consideradas previamente
Infelizmente, é comum que, nessas circunstâncias, projetos enfrentem atrasos que comprometem o orçamento original bem como a qualidade das entregas.
Em meio ao estresse, principalmente na etapa de implantação, buscamos frequentemente uma solução mágica para todos os problemas. E, quando isso ocorre, muitos abandonam a colaboração, recorrendo ao conhecido e velho comando e controle.
Mas é justamente nesses momentos, onde uma área que desempenha um papel crucial, mas frequentemente subestimado, tem a oportunidade de mostrar o seu valor. Esta área é mais conhecida como GMO (Gestão da Mudança Organizacional), que tem a responsabilidade de facilitar a transição do estado atual para o estado futuro após a implementação do projeto.
Os agentes de mudança, ou “changers“, precisam constantemente cultivar uma mente curiosa, de um eterno aprendiz, para que se abra espaço para um ambiente favorável à verdadeira transformação.
Empatia é um conceito amplamente difundido, mas pouco praticado
A pressão por resultados frequentemente supera a compreensão das necessidades. É quase impossível ouvirmos atentamente, estando 100% presente, no mundo de hoje. No entanto, se formos paciente e utilizarmos a comunicação não violenta, é possível chegar a soluções que satisfaçam todas as partes envolvidas.
Além disso, para criar um ambiente verdadeiramente seguro e favorável ao diálogo, é preciso praticar a Empatia Assertiva, conceito explorado pela autora Kim Scott no livro Radical Candor. Empatia sem sinceridade acaba sendo nociva, assim como dizer o que pensa sem se importar com os outros é agressão detestável.
Na empatia assertiva, fornecemos feedback sincero, ao mesmo tempo que nos importamos em como ele será recebido pela outra pessoa
Mas essa é uma mudança de cultura evolucionária, construída por meio de pequenos passos, que gera a confiança capaz de transformar a realidade dos cenários caóticos e gerar resultados verdadeiramente sustentáveis.
Após refletir sobre esse tema, existe alguma pequena mudança que poderia ser implementada através do poder da escuta ativa e curiosidade em relação ao outro?
Por Sara Câmara, membro da comunidade InovaDoers.