Por Matheus Riga, Especialista em Conteúdo da ACE Cortex
Quando o assunto é inovação em grandes empresas, a prioridade número um é unânime: criar ou encontrar novas linhas de receita. De acordo com o ACE Innovation Survey 2021, aproximadamente 40% das organizações desejam desenvolver novos produtos, serviços e soluções para incrementar o seu modelo de negócios atual. Essa ânsia é traduzida por um medo de se tornar obsoleto, já que 52,8% das companhias acreditam que seus respectivos mercados de atuação estão passando por uma disrupção tecnológica.
Nos últimos dois anos, a incorporação de novos produtos e serviços em corporações tem sido feita sumariamente de duas maneiras: por meio de Fusões e Aquisições (M&As), com a compra de startups que tenham soluções sinérgicas com a estratégia macro da organização; ou mediante investimentos em empresas tecnológicas – conquistando participação nesses negócios -, utilizando-se de fundos corporativos, em uma modalidade conhecida como Corporate Venture Capital (CVC).
Em alguns casos, a saída para o desenvolvimento de novos negócios é a estruturação de um departamento de novos negócios, a criação de um comitê de inovação ou a implementação de um programa de intraempreendedorismo. Todas essas modalidades estão debaixo de um guarda-chuva do chamado Corporate Venture Building (CVB), uma estratégia de inovação corporativa focada na incorporação de processos e metodologias para a criação de novos negócios dentro de grandes corporações.
O poder do CVB na operação
Não são todas as empresas que optam pelo caminho do Corporate Venture Building. Segundo levantamento realizado pela ACE Cortex, embora 64,7% dos gestores e líderes de inovação conhecerem o conceito de CVB, apenas 23,2% das organizações aplicam de fato essa estratégia na sua operação. O desenho organizacional, a ausência de uma estratégia geral de inovação e a falta de preparo dos colaboradores são alguns dos principais desafios na implementação dessa iniciativa.
A mineradora Vale é uma das principais empresas brasileiras que utilizaram o Corporate Venture Building em sua operação com o claro objetivo de criar novos negócios internamente. “Empresas grandes têm muito conhecimento. Boa parte desses conhecimentos, a gente precisa usar para gerar negócios que atendam outras empresas e possam crescer mundo afora”, diz Vinicius Romano, Business Transformation e Innovation da Vale, em entrevista para a ACE Cortex.
Conforme Romano aponta, os novos negócios criados pela Vale podem ter dois grandes objetivos: gerar uma nova linha de receita para a empresa; ou empurrar a organização em direção a sua visão de mercado – de, no futuro, ser vista como uma referência na área de segurança. Para tal, uma área de novos negócios foi estruturada.
Desde então, a Vale já criou alguns negócios internamente, utilizando os recursos e a expertise da mineradora. Uma dessas novas empresas é a Dshbird, uma startup B2B de Software as a Service (SaaS) com produtos voltados para a área de segurança no setor industrial. “É um negócio que já está nos finalmentes, que ainda vai ser criado, mas já roda como uma nova empresa, com um time próprio e tudo mais”, diz Romano.
3 dicas para implementar o CVB na sua empresa, segundo Romano
- Procure intraempreendedores
“Nesse mundo de CVB, que leva muito da mentalidade de startup, é necessário um perfil de pessoa que tenha o sentimento de dono, que tenha paixão pela criação. Dentro de uma corporação, principalmente nos estágios iniciais, existem muitos processos desenhados para eficiência e não necessariamente a geração de novos negócios. Quando você tem uma iniciativa de CVB, você precisa ter uma pessoa que vai te ajudar a pensar diferente não vai ficar ‘pedindo bênção’ toda hora.”
- Quebre as estruturas
“Não se limite pelas estruturas atuais da organização. Encontre formas criativas de quebrar, obviamente, alternativas positivas de quebrar essas estruturas, seja influenciado a liderança, seja construindo pequenas peças do quebra-cabeça e trazendo visibilidade disso e provocando o interesse.”
- Avalie as opções
“Em grandes empresas, a inovação é muito feita por meio de P&D, produzindo muito conhecimento e resolvendo problemas, ou por meio de M&As. São, respectivamente, um esforço interno e um externo de inovação. O que nós percebemos é que, com o CVB, você acelera os esforços internos, complementando as ações já existentes em P&D, mas com um olhar mais de negócio, de explorar novas oportunidades.”
Conheça mais sobre a estratégia de CVB na Vale
Por mais que seja uma ferramenta de inovação corporativa relativamente nova e moderna – e pouco conhecida no mercado -, se engana quem acredita que não existem exemplos bem-sucedidos de CVB em empresas brasileiras. Há uma porção de exemplos nacionais, de organizações que utilizaram esse modelo para criar negócios de uma maneira veloz, flexível e adaptável ao contexto de mercado em que vivemos.
Pensando na falta de divulgação desses exemplos para o mercado, e importância de compartilhar o conhecimento de quem já viveu na prática a implementação de uma estratégia de CVB, a ACE Cortex reuniu seis profissionais que já atuaram na criação de um novo negócio junto a grandes corporações. O resultado foi a websérie “CVB: Corporate Venture Building”, publicada gratuitamente no canal da ACE no YouTube, em seis episódios.
Apresentada por Luís Gustavo Lima, CEO de ACE Cortex, e Mateus Quelhas, Head de Business Transformation na ACE Cortex, a websérie traz conversas com profissionais que participaram de processos de CVB em grandes corporações brasileiras, como Cyrela, Unilever, Gerdau,Votorantim, Grupo Tigre e Beiramar Imóveis. Conheça mais sobre a história da Vale com essa importante estratégia de inovação corporativa, focada na criação de novos negócios no vídeo abaixo:
Confira o nosso novo report
Embora muito se fale sobre M&As e Corporate Venture Capital (CVC), ainda há uma estratégia de inovação corporativa pouco citada no mundo dos negócios: o Corporate Venture Building (CVB). Essa tática permite que grandes corporações utilizem seu tamanho, recursos e expertise para a criação de novos negócios dentro de casa, sem ter de recorrer a aquisições ou investimentos institucionais.
Segundo levantamento exclusivo da consultoria de inovação corporativa ACE Cortex, aproximadamente 35% dos executivos brasileiros desconhecem esse conceito e sua aplicabilidade no atual contexto de mercado. Além disso, apenas 23,2% das empresas utilizam essa estratégia de inovação focada na construção de novos negócios de dentro para fora.
O report “Corporate Venture Building: Como Corporações Podem Criar Novos Negócios de Forma Ágil”, produzido e desenvolvido pela ACE Cortex, traz dados exclusivos sobre o panorama brasileiro de CVB, além de entrevistas em profundidade com gestores de inovação que aplicaram a estratégia de novos negócios em suas respectivas empresas. Clique aqui para realizar o download do material.
Quer mais conteúdo? Nós temos!
Se você ficou curioso para saber mais sobre o desafio de implementar uma estratégia de inovação na sua corporação, fique tranquilo porque a ACE Cortex tem mais conteúdo para você!
Os fundos corporativos de investimento focados em startups, também conhecidos como Corporate Venture Capital (CVC), nunca estiveram tão em alta. No Brasil, grandes corporação investiram mais de US$ 2,1 bilhões em startups. Entenda como implementar uma estatégia de CVC na sua empresa no nosso report exclusivo “Corporate Venture Capital: Como corporações e startups constroem juntas o futuro dos negócios”. Clique aqui para acessar a página de download do material.
Se o CVC parecer uma estratégia muito avançada para implementação na sua companhia, nós recomendamos que você leia o nosso report “Inovação Aberta: Acertos e Erros de Sete dos Principais Hubs de Inovação do Brasil”, que conta com entrevistas de sete executivos de alguns dos principais hubs de inovação do Brasil, assim como dicas para o desenvolvimento e execução de estratégias de Inovação Aberta. Clique aqui para acessar a página de download do material.
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