Por Túlio Guimarães, CEO da Habits
O conceito de Corporate Venture Building (CVB) pode soar como um termo novo e confuso. No entanto, esse conceito pode ser definido como um veículo de Inovação Aberta, no qual grandes empresas criam e constroem novas empresas do zero, combinando os melhores ativos corporativos, como, por exemplo, recursos, financiamento e conhecimento do setor, com o talento de um empreendedor externo, de intraempreendedores ou de outra companhia.
Já o conceito de Joint Venture, por um outro lado, é bastante conhecido no mercado. Trata-se de associações estratégicas temporárias, de curto, médio ou longo prazo, entre organizações ou um grupo de empresas, que mantêm sua individualidade e independência jurídica, mas que atuam em conjunto sob a mesma direção e regras em um novo negócio. Nesse modelo, investimentos, controle, responsabilidades, pessoal, riscos, despesas e benefícios são compartilhados.
Na minha experiência de mercado, vejo que são muitas as empresas em dúvida sobre qual é a melhor estratégia focada na criação de novos negócios: M&A, comprando startups e empresas atuantes em um segmento estratégico; Joint Ventures; ou construir tudo dentro de casa via programas de intraempreendedorismo ou estruturas de Corporate Venture Building. Você sabe como identificar o melhor caminho?
No caso de Joint Ventures, segundo um estudo publicado pela Deloitte em 2019, que é uma estratégia com um olhar para fora da própria empresa, em busca de uma construção conjunta de soluções para o seu mercado de atuação com outras companhias, os três principais fatores estratégicos para uma boa parceria são:
- Identificar se o parceiro já está disponível para a transação, ou seja, se há um alinhamento estratégico claro entre as duas empresas e para onde vão seguir;
- Aspectos de mercado: desconhecimento e/ou altos níveis de incertezas, além de regulamentações governamentais, como é na China;
- Falta de capital disponível, então busca-se um outro que tenha para suportar a demanda de recursos.
Depois que esses pontos são alinhados entre ambas as corporações, há a interseção entre a atuação de uma Joint Venture e o conceito de Corporate Venture Building (CVB), já que essas duas ou mais corporações atuarão conjuntamente como uma “fábrica de startups”, observando as tendências do mercado e criando novos negócios. Isso implica no compartilhamento do financiamento das ideias, a gestão de suas equipes, além da transformação de projetos em negócios escaláveis. Em outras palavras, as corporações são responsáveis por construir ou desenvolver suas novas startups corporativas dentro de sua própria matriz, para posteriormente proceder como uma spin-off e explorá-las no mercado.
Caso tenha achado estranha a palavra spin-off aqui acima, não se preocupe, eu te explico. Spin-off é o lançamento de uma nova empresa, a partir de uma ou mais companhias já existentes. Não como filial, mas com apoio financeiro e experiência corporativa das “empresas-mães”. Este é um modelo de atuação que funciona como uma espécie de incubadora, pois esta nova startup não será para sempre uma subsidiária das principais, já que, uma vez que tenha aprendido tudo e desenvolvido suas estruturas, poderá se separar dela e ser totalmente autônoma.
Vantagens de criar um novo negócio
A estratégia de criação de empresas spin-off é altamente benéfica. É um modelo de atuação que trará grandes vantagens para as duas ou mais empresas envolvidas. Para ter uma ideia melhor de como isso é funcional, você deve conhecer as vantagens desse modelo. Confira abaixo:
- Apoio financeiro e operacional → as empresas-mães dão apoio financeiro e operacional ao spinoff desde o início.
- Acesso a novos nichos de mercado → permite que as matrizes tenham acesso a novos nichos de mercado, sem arriscar seus principais objetivos de negócios
- Alguns riscos são reduzidos → se uma empresa possui um ramo de negócios que pode gerar riscos, o melhor é criar um spin-off para não afetar os lucros operacionais.
- Foco → para todas as empresas envolvidas, que terão profissionais e recursos dedicados aos seus objetivos específicos, evitam-se distrações que prejudicam as operações principais.
Joint Ventures devem ter uma definição clara de escopo que permitam aos sócios e empreendedores liberdade para atuarem. Funciona como um casamento, sendo necessário tempo e esforço de todas as partes envolvidas, principalmente na criação de uma governança corporativa fluida, que permita a alavancagem dessa nova empresa que nasce.
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